Cartagena, quem conhece não esquece

Hoje, 10 de setembro 2017, o Papa Francisco está em Cartagena. Quem conhece não esquece. Isso mesmo. Uma das cidades mais bonitas da Colômbia, declarada pela Unesco em 1984, como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

Nas praças, estátuas de figuras lendárias, contam um pouco de sua história. A do fundador (em 1533) dom Pedro de Heredia, fica na Plaza de los Coches, junto a uma das entradas da cidade amuralhada. Imponente, ele olha para os transeuntes. 

Mas é do lado de fora que está a índia Catalina, sua intérprete durante a colonização. Ela está no meio de uma rotatória movimentada, que liga o centro histórico com a parte moderna da cidade.

Nas ruas de Cartagena, uma população de pele morena, alegre e hospitaleira vai conquistando, aos poucos, os visitantes. Pelas ruelas estreitas desse magnífico sítio histórico, cercado por 9 quilômetros de muralhas, uma beleza que fascina. Casarões coloniais com varandas de madeira, repletas de vasos de flores, sobressaem acima das calçadas.

No Portal de Los Dulces, doceiras vendem cocada, suspiro, pé-de-moleque, arepas (panquecas de milho) e mandarino, um refresco com sabor de framboesa. Tem ainda as palenqueras: mulheres negras, vistosas e sorridentes, com suas roupas coloridas, que levam bacias de frutas na cabeça.

Come-se muito bem em Cartagena. Entre os restaurantes de comida típica o mais badalado é o El Santíssimo (Calle Santíssimo, 8-19). Tem um salão ao ar livre e outro com ar condicionado.. Pratos bem elaborados, petiscos saborosos e vinhos bem armazenados, são a receita de sucesso desse restaurante que tem no cardápio, junto ao nome do prato, a sugestão do vinho.

Simpático também é o restaurante La Bodeguita del Medio (Centro Histórico – Calle Santo Domingo, 33-81). Lembra o original, de Havana. Serve comida típica cubana e com preços atrativos. Recomendo o pernil de porco, é de sabor inigualável. 

Entre os cafés vale a pena conhecer Ábaco, Libros e Café (esquina, Calles de La Igresia e Mantilla, 3-86).Recomendo. Dizem que era o preferido de Garcia Márquez, quando passava temporada em sua casa em Cartagena. Na parede da livraria/bistrô, inúmeras fotos do escritor.

Os cartageneses se orgulham de sediar monumentos arquitetônicos de projeção mundial, como o Castelo de São Felipe de Barajas, no topo de um rochedo. Dá para ir até lá caminhando. Fortaleza colonial de pedra, o castelo de São Felipe é considerado a maior obra espanhola de engenharia militar das Américas. Erguido no século 17, levou 121 anos para ser construído. 

Além de conhecer detalhes da construção militar, os turistas adoram brincar de bater palmas na boca de um dos túneis, pois elas ecoam como tiros. O som se propaga por tudo, como um grande eco.

Outro passeio imperdível fora das muralhas, é o Convento de La Popa. Fundado em 1606, tem um belíssimo altar em ouro, em homenagem a Nossa Senhora da Candelária, a padroeira da cidade. Do pátio do convento se tem uma bonita visão de toda cidade.

 
Na Praça de Bolívar ou Praça Maior, uma das principais de Cartagena, está o Palácio da Inquisição(1610). O Palácio serviu como sede do Tribunal do Santo Ofício, onde suspeitos de serem hereges eram julgados e torturados. Em seu pátio, inúmeros objetos da tortura.

As salas também guardam réplicas de instrumentos de tortura e execução. Pode-se ver a Câmara de Tormentos e outra onde está uma balança de ferro que era usada para pesar as supostas bruxas. 

É nas imediações da Praça de Bolívar que estão inúmeras fábricas e joalherias com peças de ouro, prata e esmeraldas. Aqui é difícil caminhar sem a insistência de alguém tentando atrair o visitante para uma dessas lojas “com 50% de descuentos”. Para não se estressar, entre, veja alguma coisa, agradeça e saia. Mesmo assim ainda é capaz de ganhar um “regalo”. Um pequeno chiva, o símbolo do país. - Fotos Marian Guimarães.