As cirurgias videolaparoscópicas começaram a se desenvolver nas décadas de 70 e 80. O objetivo do procedimento é ser menos invasivo e, consequentemente, não fazer um grande corte no abdômen do paciente.
Para realizar a videolaparoscopia é feito um pequeno corte na barriga onde será inserido o trocater, que é um cano que possui uma válvula por onde passarão os equipamentos. “Ele é um portal. Através dele eu coloco a câmera e as pinças de vídeo. Ele tem uma válvula para evitar que saia ar”, explica o cirurgião do aparelho digestivo e gastroenterologista, Gastão José Camorim Fatuch.
Além disso, é colocado CO₂ medicinal (dióxido de carbono) no abdômen do paciente para inchar a barriga. Com isso, os médicos conseguem visualizar todo o interior da barriga e realizar a cirurgia com nitidez. “Quando eu coloco a câmera e não tem CO₂ dentro eu não consigo ver nada, porque não tem espaço, um órgão fica em cima do outro. Quando entramos no abdômen temos que inflar ar para conseguir ver”, pontua.
O especialista conta que geralmente as cirurgias que utilizam esse equipamento são mais rápidas. Ao finalizar o procedimento, o que restou de CO₂ no corpo do paciente é aspirado.
Segundo o cirurgião, com esse método o paciente tem mais benefícios estéticos, tem menor possibilidade de dor no pós-operatório e pode voltar às atividades normais com mais rapidez. “Uma cirurgia convencional, que fazemos por meio de um corte, às vezes o paciente leva um a dois meses para voltar ao trabalho. Por vídeo, eventualmente, ele consegue voltar em 15 dias”, diz.
O método pode ser utilizado para várias cirurgias abdominais como apêndice, vesícula, bariátrica, pâncreas, câncer de estômago, intestino, hérnia, entre outras. O equipamento também pode ser utilizado em procedimentos torácicos. Por ser menos invasiva, o tempo de recuperação da cirurgia é mais rápido.
Fatuch diz que anteriormente as cirurgias de videolaparoscopia eram realizadas com equipamentos com qualidade de imagem inferior. Com a tecnologia 4K, os médicos têm melhor nitidez do local onde será realizado o procedimento.
“Esse equipamento possibilita melhor visualização, conforto e segurança para médicos e pacientes, pois o cirurgião consegue enxergar coisas que não veríamos por magnificação de imagem ou efeito de zoom, temos mais nitidez, e uma visualização melhor de cada vaso sanguinho e órgão”, conclui. - Fotos divulgação.
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