Grandes
vinhos tem coisas simples por trás deles e são estas coisas simples que fazem a
diferença. Refiro aos vinhos de Filipa Pato uma das enólogas mais renomadas de
Portugal.
Seus vinhos chegam ao Brasil com parceria das importadoras Porto a
Porto e Casa Flora, empresas que me convidaram para conhecer o pequeno paraíso
de Filipa, localizado na aldeia de Óis do Bairro(distrito de Aveiro)
reconhecida desde o século XIX pela elevada capacidade de criar vinhos brancos. Integrei um grupo de 16 pessoas todos ávidos em aprender e desfrutar o que uma viagem pode proporcionar. Viajar é muito bom!!
A adega de Filipa fica no mesmo terreno da família ao lado da adega do pai o
vitivinicultor Luís Pato, lenda viva da enologia portuguesa. Foi Luís Pato quem
mostrou ao mundo o potencial da região da Bairrada e da uva Baga.
De
forma simples e descontraída, a enóloga fala com orgulho de seu trabalho. Como faz
o controle de pragas sem uso de agrotóxico o que ajuda a manter o vinhedo
saudável. Assim como seu pai ela também apostou na Baga, uva que gosta de solo
calcário.
O
salgueiro e a cavalinha são um desses exemplos de plantas que ajudam a manter o
equilíbrio natural do vinhedo. Filipa
tem a filosofia de produzir vinhos autênticos e “sem maquiagem"
Na
adega, contou sobre o engarrafamento, da utilização da mão de obra e do pouco
maquinário, dos tanques ovais onde os vinhos circulam de forma livre, das
ânforas de argila para que os vinhos fiquem mais delicados, processo antigo e
que tem dado excelente resultado. Na foto o companheiro Marcio Barbieri atento
às explicações.
Filipa
nos recebeu em sua residência para almoço que foi preparado pelo seu simpático
marido William Wouters, chef e sommelier que encantou os convidados com uma
deliciosa entrada – salada elaborada com queijo fresco, tomate cereja, pepino e
molho de ervas, em delicada apresentação.
O prato principal foi galinha assada
acompanhada de batatas rústicas e cenoura. Prato leve, simples e criativo.
De
sobremesa peras ao vinho e sorvete. O vinho que embebeu a pera....só podia ser
da casa. O sorvete mais uma criação de William e feito com produtos da região.
Filipa
fazia apresentação dos vinhos com muita disposição e explicava com a mesma
paixão que fez em relação aos vinhedos, sem frescura, sem maquiagem.
Entre os vinhos degustados estava o 3B (um dos meus
preferidos entre os muitos de Filipa Pato). Excelente acidez, as uvas são
colhidas manualmente. Seu nome traz referência aos 3B importantes para a
enóloga: uvas Bical e Baga, nativas da região da Bairrada. É bom lembrar que a
Bairrada foi a primeira região de Portugal a produzir vinhos espumantes.
Influência do Atlântico e do solo argiloso calcário.
O Nossa Calcário 2011 é projeto dela e de seu marido pela
vontade de elaborar um vinho que expressasse todo potencial do terroir da
região. A uva escolhida foi a Bical.
O Post Quercus Baga 2015 uma agradável surpresa. Faz
parte do projeto “Vinhos Doidos” projeto este feito em parceria com o William,
seu marido.Envelhecido em ânforas de cerâmicas revelou taninos de boa acidez.
Com a sobremesa provamos o Espirito de Baga 2013. Vinho
licoroso, ligeiramente doce e perfumado, com uma deliciosa mistura de frutas,
possui 7% de teor alcoólico.
Numa caprichada self de Camila Podolak (marketing da
Porto a Porto) o animado grupo (em pé esq/dir) Elis Carbanilhas Glaser, Rodrigo
Correia Oliveira,Gustavo Carvalhal, João Pensin, Gerson Foltran Jr, Thais
Carvalhal, Filipa Pato. Embaixo esq/dir: Roberta Chies, Juliana Mickbah,
Evandro Giacobbo, Marcio Barbieri, Gilza Severo e eu (Marian Guimarães). Na camiseta os dizeres " BAGA e terroirista" referência a uva e o solo.
Aqui o privilégio de termos na foto o marido de Filipa, o
competente chef William Wouters que comandou com maestria a cozinha.
Daqui seguimos para o Minho, até lá!!!!
Fotos Camila Podolak e Marian Guimarães,
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