terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Itaipu faz soltura recorde de peixes para pesquisa


Os profissionais da Divisão de Reservatório da Itaipu atingiram, na última sexta-feira (18), um marco na campanha de marcação e soltura de peixes. Em um só dia, foram soltos mil exemplares de peixes adultos da espécie pacu (
Piaractus mesopotamicus) no corpo principal do reservatório da usina, no Rio Paraná. Foi a maior soltura de uma só vez desde que a binacional começou, em 1997, a pesquisa sobre o comportamento das espécies migratórias.

O diretor de Coordenação da binacional, general Luiz Felipe Carbonell, participou da atividade.“Este trabalho nos traz entendimento sobre a efetividade de nosso Canal da Piracema e também permite termos um conhecimento mais adequado de toda a ictiofauna que compõe nosso sistema”, explicou o diretor. “O melhor de tudo é poder estar junto da equipe e acompanhar o trabalho deles”, completou. Carbonell soltou, ele próprio, algumas dezenas de peixes no Lago de Itaipu.

A soltura foi feita no corpo principal do reservatório, a dois quilômetros da Barragem de Itaipu e a seis quilômetros da margem, no Portinho do Refúgio Biológico Bela Vista, de onde saíram os barcos. Foram três embarcações para levar dois tanques, com 500 peixes adultos cada, além da equipe de profissionais da Itaipu.

Segundo o engenheiro de Pesca Mauricio Adames, da Divisão de Reservatório, é a primeira vez que a soltura é feita no corpo principal, tão longe da margem. “Um dos focos da pesquisa é marcar e soltar os peixes em locais distintos, como nas prainhas, no corpo principal ou, até mesmo, no Rio Paraná, a jusante da barragem, para avaliarmos o comportamento dos peixes soltos em cada local”, afirmou.

Como funciona

O acompanhamento da movimentação dos peixes é possível graças a dois marcadores, um chip eletrônico e outra marca externa. Caso o animal passe pelo Canal da Piracema de Itaipu ou no sistema de transposição de peixes de Porto Primavera (410 km acima), as antenas vão captar a presença do chip eletrônico. Além disso, se o peixe for pescado em outro local, o pescador é orientado a devolver a marcação externa, apontando onde ele foi capturado. Com esses dados, é feito o monitoramento da circulação dos peixes.

Histórico

Os estudos da migração de peixes no Rio Paraná começaram em 1997, com o objetivo de verificar como os peixes de espécies migratórias que precisam percorrer centenas de quilômetros para completar seu ciclo reprodutivo estariam se adaptando à condição criada pela construção da barragem de Itaipu e seu reservatório. No total, foram marcados mais de 54 mil peixes com foco em 28 espécies que realizam migrações de longas distâncias.

A partir de 2009, Itaipu e Porto Primavera incorporaram a mesma metodologia de marcação com chips eletrônicos para monitorar suas passagens de peixes, o que ajudou a aprimorar a qualidade dos dados obtidos sobre migração, que agora já não depende exclusivamente da recaptura dos peixes marcados. Graças a esta tecnologia, foram obtidos, em 2018, os primeiros registros de peixes marcados em Yacyretá, que se deslocaram por mais de 480 km, transpondo o Canal da Piracema e chegando ao Reservatório de Itaipu. São espécies ameaçadas, como a piracanjuba e o dourado, atestando o papel do Canal da Piracema como corredor de biodiversidade.

Como ajudar

A comunidade também pode participar do projeto de migração quando capturar um peixe marcado. Basta entrar em contato pelo 0800 6452002 ou pelos e-mails msadames@itaipu.gov.br ou chenn@itaipu.gov.br, repassando as informações do local de captura, data e tamanho do peixe. Pela participação, a Itaipu retribui com um brinde que poderá ser útil nas próximas pescarias.

Fotos: Murilo Alves Pereira / Itaipu Binacional

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