Estreiou neste fim de semana, (sábado 1 e domingo 2) o "Vozes: Mostra Nacional de Música Católica Contemporânea". O programa, transmitido pela TV Evangelizar, reúne religiosos católicos de diferentes partes do Brasil. Eles sobem ao palco e apresentam seus talentos musicais em um projeto inédito, organizado pela Obra Evangelizar, por iniciativa do padre Reginaldo Manzotti. A série, que segue até o último fim de semana de abril, terá 10 programas com a participação de oito freiras e sacerdotes que também têm a arte como vocação.
A mostra tem o objetivo de ser uma vitrine da produção musical católica do país e da nova geração de cantores e compositores que usam o dom musical em sua atuação evangelizadora, seja em Missas e encontros religiosos nas paróquias brasileiras, seja junto às ações sociais das congregações religiosas, entre outras. O projeto cultural não tem caráter competitivo, mas de valorização de artistas religiosos na cena fonográfica nacional.
“A proposta desta edição de lançamento e das próximas é mostrar para todo o país a produção musical de padres e religiosas de vários estados do Brasil. A partir do que já fazem nas suas regiões, será produzida uma série de shows para ecoar a palavra de Jesus Cristo por meio dos talentos que Deus nos deu, para glorificar esse dom e fazê-lo com autoridade”, conta Padre Reginaldo Manzotti. Fundador da Obra Evangelizar e idealizador da mostra musical, o pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e Jesus das Santas Chagas, em Curitiba, é também cantor, compositor e escritor.
A mostra vai acontecer durante todo o mês de abril, sempre aos sábados e domingos, com transmissão dos shows direto dos estúdios da TV Evangelizar para todas as emissoras da rede, além do canal no YouTube. “As pessoas vão ter uma surpresa boa. Vozes vai revelar o talento de gente muito preparada tecnicamente, sacerdotes e religiosas com alguma caminhada artística iniciada e com repertório escolhido cuidadosamente para valorizar a interpretação, a melodia, a harmonia e as letras. É um projeto apaixonante”, comemora o diretor da TV Evangelizar, jornalista José de Melo.
A proposta da mostra é emocionar o Brasil com a qualidade e criatividade musical dos sacerdotes e religiosas, além das histórias de vida dos participantes. Entre os talentos selecionados para o festival está a Irmã Marizele, da congregação das Irmãs da Copiosa Redenção de Ponta Grossa. Tímida, ela teve seu dom musical revelado quando uma colega a indicou para cantar o salmo na Missa, em substituição ao coordenador de um grupo de oração da Renovação Carismática. Anos depois, a habilidade para cantar e compor a levou para a edição de estreia da mostra, em Curitiba (PR). “Não fazia ideia do tamanho do projeto. Acredito que Deus se utiliza das pessoas para levar Sua mensagem por meio desses dons. E, se estou aqui, no palco, é porque Ele quer que esse dom seja visto”, avalia.
A religiosa paranaense atua junto a uma comunidade terapêutica para dependentes químicos e percebe, na música, uma ferramenta de resgate. “A música tem uma presença muito forte na vida dessas pessoas. Em um momento, já contribuiu para a destruição e para levar cada vez mais as pessoas ao fundo do poço”, avalia, em uma referência ao culto ao uso de drogas e álcool no universo dos shows musicais. “Agora, com o mesmo viés da música, a gente pode ser um instrumento para tocar o coração das pessoas e apoiar a mudança para uma vida saudável e longe do sofrimento causado pelas drogas”, declara.
Em Vozes: Mostra Nacional de Música Católica Contemporânea, a religiosa vai interpretar canções autorais e da congregação de Ponta Grossa, como “Solo Sagrado” e “Olhar de Esperança”. Ela também selecionou, para a apresentação, obras do repertório da música de raiz sertaneja, como “Fogão de Lenha”, da dupla Chitãozinho e Xororó, e “Tocando em Frente”, de Renato Teixeira e Almir Sater, além da canção “Utopia”, que foi incluída em homenagem ao Padre Zezinho, ícone da música católica no país.
Conhecido como “padre forrozeiro”, Padre Duda tem no repertório forró, xaxado, baião e o gênero “pé de serra”. Ele buscou, na música sertaneja e em sua raiz nordestina, uma trilha de evangelização que se expressa por meio da musicalidade. No palco, ele troca a batina por um figurino que lembra Luiz Gonzaga, com o gibão de boiadeiro e o chapéu de couro alagoano.
A canção carro-chefe do trabalho do padre artista é “Viva, Deus”. ”O título é uma expressão muito comum no Nordeste Brasileiro e vem de uma história do rei do baião. Quando Luiz Gonzaga regressou de uma longa viagem ao Rio de Janeiro, o pai o viu chegando e avisou a mãe dele: - Santana, Gonzaga chegou! A mãe, então, soltou o grito, aliviada: - Viva, Deus! e foi esse episódio que inspirou a canção de mesmo nome”, conta. “A ideia é dar esse grito de ‘Viva!’ na mostra, em gratidão por tudo o que Jesus nos dá, pelos laços de amizade, pela bondade e pela alegria de louvar e bendizer ao Senhor”, acrescenta.
"Vozes: Mostra Nacional de Música Católica Contemporânea"aos sábados e domingos, às 21hs, durante mês de abril 2023. - Fotos divulgação.
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