quarta-feira, 24 de julho de 2019

Mulheres brasileiras que fizeram história



Os Correios colocaram em circulação a primeira emissão da série Mulheres Brasileiras que Fizeram História, com imagem da artista Elza Soares. 

As próximas homenagens serão a Hortência Marcari, Hebe Camargo, Carolina Maria de Jesus, Maria da Penha e Aracy de Carvalho Guimarães Rosa.

Elza Gomes da Conceição nasceu em 23 de junho de 1930 (ou 1937, não se sabe ao certo o ano), na antiga favela da Moça Bonita, Bairro de Padre Miguel, no Rio de Janeiro. Filha de uma lavadeira e de um operário, ainda pequena, mudou-se com a família para um cortiço no bairro da Água Santa, onde foi criada. Mais tarde passaria a se chamar Elza Soares.

A história da cantora e compositora foi escrita com ingredientes singulares de pobreza, sofrimento, determinação, coragem, talento e persistência. Aos 11 anos de idade foi obrigada a abandonar os estudos para se casar com um amigo de seu pai. No matrimônio, Elza foi submetida constantemente ao infortúnio da violência sexual e doméstica. Aos 12 anos, nasce o primeiro filho. Já aos 15, passa por outro grande trauma: o segundo filho morre de fome.

Em meio a tantas lutas e perdas, Elza Soares tinha o sonho de ser cantora. Sua primeira apresentação ao vivo ocorreu em 1953, no programa de Ary Barroso, na Rádio Tupy. Com sua voz rouca e envolvente, a artista propagava, com o clamor das letras de suas composições, a sua própria vida. Em 1960, passou a trabalhar apenas com música, cantando semanalmente no rádio. Depois, foi convidada para se apresentar na televisão, realizando nesse mesmo ano, uma turnê internacional, consolidando sua carreira.

Elza Soares é sinônimo de resiliência: enfrentou a fome, a pobreza, a violência (doméstica, sexual e psicológica), o ódio das massas, a ditadura, a morte de quatro filhos, o sequestro de uma filha e, agora, passa por um grave problema de coluna.

A emissão
Composta por 18 selos, a folha apresenta o título da emissão no canto superior esquerdo e, no canto superior direto, desenhos estilizados de um microfone e figuras musicais. A foto que ilustra o selo é de Patrícia Lino, feita em um show realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O símbolo do feminino é destacado em magenta. Foram usadas técnicas de computação gráfica. Com tiragem de 54 mil selos, a emissão tem valor de R$1,95 a unidade. A emissão estará disponível nas principais agências de todo o país e também na loja virtual dos Correios.


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