O
Queijo do Marajó não é maturado, como outros tipos de queijos que
envelhecem naturalmente na prateleira. Existem dois tipos: o manteiga
e o creme. O tipo creme é mais comum, a exemplo do Queijo do Marajó
Fazenda São Victor, que preserva receita secular, e modo de produção
artesanal considerado único mundialmente, 100% leite de búfala,
coalhado naturalmente e sem adição de conservantes.
Partindo
da premissa da valorização do modo de produção queijeiro
artesanal, e na preservação da tradição e os costumes, em 2006,
os produtores queijeiros e agro investidores, Marcus e Cecília
Pinheiro iniciaram na Fazenda São Victor, a produção de queijo do
Marajó.
A
produção de queijo na Ilha do Marajó está diretamente ligada aos
fatores históricos, que com o passar dos anos foi possível
aprimorar os métodos de produção, mas quanto ao modo de preparo,
Cecília, afirma que é possível sentir os diferenciais, e ao
degustar ter a sensação de um sabor particular e característico.
“O
Queijo do Marajó da Fazenda São Victor é produzido de forma
simples, porque entendemos que a produção queijo de maneira
artesanal é o que temos de mais valioso, uma vez que está
intrinsicamente ligada aos nossos costumes e gastronomia da região”,
relata Cecília.
A
tradição do Queijo
do Marajó teve
a origem de produção iniciada séculos atrás por fazendeiros
portugueses e franceses, que se estabeleceram na Ilha do Marajó, mas
na produção era utilizado o leite
de vaca.
Com o tempo e com o rebanho
bubalino cada
vez maior, o produto passou a ser exclusivamente de leite
de búfala.
O
mestre queijeiro da Queijaria Fazenda São Victor, Luís Leal, revela
que aprendeu a profissão ainda muito jovem com o pai, e explica que
todas as etapas de produção artesanal são muito importantes para a
conservação das características do laticínio, como a textura, a
consistência, e principalmente, o sabor da iguaria marajoara.
“Um
dia antes de iniciarmos a produção nos preparamos, trabalhamos na
filtragem e desnate do leite de búfala. Em seguida, ele é levado
para fermentar naturalmente, e horas depois, é efetuado a dessoragem
- eliminação do soro. Então chega a hora de retirar a acidez,
processo que pode se repetir até quatro vezes, e é nessa fase que
se acrescenta a água à massa, para na sequência ser aquecida e
espremida, e assim, ganhando mais consistência e cor”, explica
Luís.
“Na
fase final da produção artesanal do Queijo do Marajó, é feito o
resfriamento, e posteriormente, a moagem a massa, que é um processo
de trituração. Nela acrescentamos o creme de leite, e novamente, é
agitada até ganhar uma consistência elástica. Então está pronto
o Queijo do Marajó”, completa o mestre queijeiro.
Na
fazenda com 300 búfalas fêmeas, que trabalham para abastecer a
queijaria, a qual produz em média 100 quilos de queijo diariamente.
Ainda de acordo com o mestre queijeiro, é preciso sete litros de
leite para fabricar um quilo de Queijo do Marajó.
O
Queijo Marajó Fazenda São Victor Tipo Creme, conquistou várias
premiações expressivas, destaques para a maior premiação de
queijos artesanais - Prêmio Queijo do Brasil, emplacando
consecutivamente. Em 2017 levou o “Bronze”, na III Edição; em
2018, o “Super Ouro”, na IV Edição; e em 2019, emplacou com o
“Ouro”, na V Edição. Também em 2019, conquistou a categoria
“Prata”, na IV Edição do Mondial du Fromage et des Produits
Laitiers, na França. No Pará, é o primeiro detentor do Selo Arte,
permitindo a comercialização do produto em todo território
nacional.- Foto divulgação.
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