Ritual histórico

No final do mês de abril, São Paulo assistiu a uma cerimônia histórica que remonta ao período da Idade Média, quando surgiram as primeiras confrarias.

Taste-vin (instrumento que era usado para provar os vinhos antes de servi-lo aos convidados) chapéus e capotes foram preparados para a Cerimônia de Entronização dos novos confrades brasileiros da Confraria do Vinho do Porto.

Personalidades como o arquiteto Ruy Ohtake e pessoas influentes do mundo do vinho, como os sommeliers Manoel Beato e Tiago Locatelli, foram entronizadas no Iate Clube de Santos.

“Há, atualmente, brasileiros que foram entronizados quando constituímos a Confraria do Vinho do Porto, em 1984, e que permanecem Confrades, atuando como Cavaleiros ou com o grau de Infanção, um dos mais altos da Confraria”, explica Luciano Vilhena Pereira, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, que esteve no Brasil para a cerimônia.

A Confraria é organizada de acordo com a atuação de cada Confrade. Aqueles que trabalham no comércio e exportação do Vinho do Porto recebem o grau de Mestre e de Experto sendo administradores ou empregados superiores das empresas exportadoras de Vinho do Porto.

A Chancelaria é composta pelo Chanceler (a figura de máxima representatividade), Almoxarife, Copeiro-Mor, Almotacé e Fiel das Usanças (o mestre de cerimônias).

É bom lembrar que a Confraria do Vinho do Porto tem como personagem tutelar o Infante D. Henrique de Avis, mais importante figura do início da era das descobertas, também conhecido como Infante de Sagres ou Navegador. O chapéu que completa o traje dos Confrades é uma cópia do utilizado pelo célebre Infante.

Para a cerimônia histórica, estiveram no Brasil, além da Chancelaria (George Sandeman, o chanceler, esteve presente), o Presidente do Instituto do Vinho do Douro e Porto (que também é Confrade com o grau de Infanção) a vice-presidente do Instituto da Vinha e do Vinho e alguns presidentes das Comissões Vitivinícolas Regionais, além de produtores portugueses.
Fotos divulgação.