quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Vinhos portugueses de Filipa Pato

Grandes vinhos tem coisas simples por trás deles e são estas coisas simples que fazem a diferença. Refiro aos vinhos de Filipa Pato uma das enólogas mais renomadas de Portugal. 

Seus vinhos chegam ao Brasil com parceria das importadoras Porto a Porto e Casa Flora, empresas que me convidaram para conhecer o pequeno paraíso de Filipa, localizado na aldeia de Óis do Bairro(distrito de Aveiro) reconhecida desde o século XIX pela elevada capacidade de criar vinhos brancos. Integrei um grupo de 16 pessoas todos ávidos em aprender e desfrutar o que uma viagem pode proporcionar. Viajar é muito bom!!

A adega de Filipa fica no mesmo terreno da família ao lado da adega do pai o vitivinicultor Luís Pato, lenda viva da enologia portuguesa. Foi Luís Pato quem mostrou ao mundo o potencial da região da Bairrada e da uva Baga.
 
De forma simples e descontraída, a enóloga fala com orgulho de seu trabalho. Como faz o controle de pragas sem uso de agrotóxico o que ajuda a manter o vinhedo saudável. Assim como seu pai ela também apostou na Baga, uva que gosta de solo calcário.

O salgueiro e a cavalinha são um desses exemplos de plantas que ajudam a manter o equilíbrio natural do vinhedo.  Filipa tem a filosofia de produzir vinhos autênticos e “sem maquiagem"
 
Na adega, contou sobre o engarrafamento, da utilização da mão de obra e do pouco maquinário, dos tanques ovais onde os vinhos circulam de forma livre, das ânforas de argila para que os vinhos fiquem mais delicados, processo antigo e que tem dado excelente resultado. Na foto o companheiro Marcio Barbieri atento às explicações.
Filipa nos recebeu em sua residência para almoço que foi preparado pelo seu simpático marido William Wouters, chef e sommelier que encantou os convidados com uma deliciosa entrada – salada elaborada com queijo fresco, tomate cereja, pepino e molho de ervas, em delicada apresentação.
 
O prato principal foi galinha assada acompanhada de batatas rústicas e cenoura. Prato leve, simples e criativo.
De sobremesa peras ao vinho e sorvete. O vinho que embebeu a pera....só podia ser da casa. O sorvete mais uma criação de William e feito com produtos da região.
Filipa fazia apresentação dos vinhos com muita disposição e explicava com a mesma paixão que fez em relação aos vinhedos, sem frescura, sem maquiagem.

Entre os vinhos degustados estava o 3B (um dos meus preferidos entre os muitos de Filipa Pato). Excelente acidez, as uvas são colhidas manualmente. Seu nome traz referência aos 3B importantes para a enóloga: uvas Bical e Baga, nativas da região da Bairrada. É bom lembrar que a Bairrada foi a primeira região de Portugal a produzir vinhos espumantes. Influência do Atlântico e do solo argiloso calcário.

O Nossa Calcário 2011 é projeto dela e de seu marido pela vontade de elaborar um vinho que expressasse todo potencial do terroir da região. A uva escolhida foi a Bical.

O Post Quercus Baga 2015 uma agradável surpresa. Faz parte do projeto “Vinhos Doidos” projeto este feito em parceria com o William, seu marido.Envelhecido em ânforas de cerâmicas revelou taninos de boa acidez.

Com a sobremesa provamos o Espirito de Baga 2013. Vinho licoroso, ligeiramente doce e perfumado, com uma deliciosa mistura de frutas, possui 7% de teor alcoólico.
Numa caprichada self de Camila Podolak (marketing da Porto a Porto) o animado grupo (em pé esq/dir) Elis Carbanilhas Glaser, Rodrigo Correia Oliveira,Gustavo Carvalhal, João Pensin, Gerson Foltran Jr, Thais Carvalhal, Filipa Pato. Embaixo esq/dir: Roberta Chies, Juliana Mickbah, Evandro Giacobbo, Marcio Barbieri, Gilza Severo e eu (Marian Guimarães). Na camiseta os dizeres " BAGA e terroirista" referência a uva e o solo.
 
Aqui o privilégio de termos na foto o marido de Filipa, o competente chef William Wouters que comandou com maestria a cozinha.
Daqui seguimos para o Minho, até lá!!!!

Fotos Camila Podolak e Marian Guimarães, 

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